A asma é uma doença inflamatória crônica, sem cura e caracterizada pelo estreitamento dos brônquios, cuja intensidade varia de pessoa para pessoa. Os fatores desencadeantes mais frequentes são alergias, infecções, exercícios físicos, mudanças climáticas, poluição, tabagismo, medicamentos, alimentos, produtos industriais e fatores emocionais.
1 - A asma é contagiosa?
NÃO. Os asmáticos possuem uma condição genética que determina uma reação exagerada a determinados estímulos, causando os sintomas. Assim, as crises resultam da interação entre essa predisposição genética e a atuação dos chamados “desencadeantes”, como poeira, ácaros, mofo, odores fortes.
2 - Asma pode matar?
Ao contrário do que se pensa, a asma é sim uma doença muito perigosa e séria. Quando não tratada, as crises vão se agravando e se tornando cada vez mais constantes, provocando sintomas durante a dia, despertar noturno e dificuldade para realizar as atividades cotidianas. Por fim, se não houver tratamento, o processo inflamatório pode levar à morte, por falta de ar mais intensa.
3 - Asma e bronquite asmática são a mesma doença.
VERDADE. Anteriormente chamada de bronquite ou bronquite asmática, a asma pode atingir indivíduos de qualquer faixa etária, especialmente crianças, com sintomas de falta de ar, tosse, chiado e aperto no peito. Diferentemente a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma bronquite crônica que acomete adultos tabagistas.
4 - É verdade que no verão não é preciso seguir o tratamento tão rigorosamente quanto no inverno?
NÃO. Mudanças de temperatura, seja do calor da rua para ambientes com ar condicionado por exemplo, de fato podem ser consideradas gatilhos para as crises de falta de ar em pacientes asmáticos. Em tempos mais quentes como no verão, quando a estiagem é grande e há baixa umidade do ar, a poluição também pode contribuir para a piora da doença.
Para que a pessoa com asma, principalmente os casos de asma grave, viva da forma menos limitada possível, é fundamental que a medicação seja usada corretamente ao longo de todo o ano.
5 - O ar-condicionado e o ventilador podem prejudicar a asma?
VERDADE. O ar-condicionado pode provocar uma redução da umidade do ar e o ar ressecado pode ser irritante das vias aéreas. A mucosa respiratória dessas pessoas é mais sensível e reage de maneira exagerada a pequenos estímulos, como o ar mais frio e seco, poeira doméstica, fumaça do cigarro, poluição ambiental e até mesmo situações de estresse.
O ventilador não provoca esse ressecamento do ar e não traz esse tipo de incômodo e complicações. Apenas deve-se tomar o cuidado de se manter os ambientes livres da poeira para o ventilador não provocar a sua dispersão pelo ambiente e isso provocar crises nas pessoas alérgicas.
6 - Asmáticos não podem viajar longas distâncias de avião?
MITO. Porém, alguns cuidados devem ser tomados! É preciso levar medicação de resgate (broncodilator spray) caso alguma coisa aconteça e para isso é preciso obedecer as regras de embarque, levando o medicamento dentro de um envelope acompanhado pela receita médica. Além disso, é muito importante que a pessoa leve soro para umidificar as vias áreas e que se hidrate bastante.
7 - O cigarro piora o quadro de asma?
VERDADE. A fumaça de cigarro ou poluição, assim como odores fortes, são IRRITANTES das vias aéreas, especialmente as do alérgico, que já tem a mucosa inflamada. O paciente asmático responde ao estímulo com mais intensidade e corre risco de crises graves. Bebês de grávidas fumantes também estão mais sujeitos a infecções respiratórias e asma.
8 - Asmáticos não podem ter animais de estimação?
DEPENDE. Se os pelos de cães e gatos não desencadearem o processo alérgico, ou seja, os testes alérgicos (prick teste) ou exames de sangue de IgE específicas forem negativos, os animais são permitidos em casa, porém é importante não deixá-los entrar no quarto do paciente, por exemplo. A higienização é sempre fundamental: é preciso dar banho neles periodicamente e manter o ambiente em que eles vivem limpo e arrumado. Se o teste alérgico é positivo, deve-se retirar o animal da casa ou buscar o tratamento com vacinas, a imunoterapia.
09 - Os remédios só devem ser tomados nas crises?
MITO. O tratamento contínuo pode evitar as crises. Como toda doença crônica, como hipertensão ou diabetes, o uso de medicações todos os dias para o controle da doença pode ser necessário. O especialista indicará qual o melhor método de controle para cada caso.
10 - Ingerir alimentos e bebidas gelados provocam crise ou a piora da asma?
NÃO. Apesar de 37% dos entrevistados da pesquisa encomendada ao Ibope terem indicado que ingerir alimentos e bebidas gelados prejudicada, isso é raro. Asmáticos que possuem uma sensibilidade maior à mudança de temperatura, em sua maioria, não se tratam corretamente. Então, para os que realmente estão com a doença controlada, este fato é um mito.
11 - Asmáticos não podem entrar na piscina?
MITO. Os pacientes controlados, em uso de medicação corretamente podem fazer qualquer exercício, inclusive natação. Atenção apenas ao tratamento da água com cloro, pois este pode ser um irritante das vias aéreas, desencadeando uma crise em quem não estiver controlado.
12 - Não pode andar descalço e tomar chuva?
MITO. Essas atividades não possuem relação com a doença. O que pode acontecer é o paciente apresetar um resfriado ou gripe e estas doenças desencadeiam novas crises de asma.
13 - Pessoas com asma não podem comer alimentos com corantes artificiais?
MITO. A alergia alimentar a corantes tem incidência baixa, e está mais relacionada a manifestações de alergia na pele (dermatites, urticária), por isso não é preciso restringir a ingestão de produtos industrializados, salvo em raras exceções.
14 - A atividade física faz mal a quem tem asma ou bronquite?
MITO. A prática de exercícios deve ser indicada para asmáticos, estudos apontam que a atividade física, atua na redução da inflamação, uma das características da doença. Além disso, aumenta a resistência respiratória, beneficiando a reação nas crises.
15 - A bombinha vicia, ataca o coração. O paciente fica dependente da medicação.
MITO. Muitos só usam as bombinhas nas crises, por acharem que elas fazem mal ao coração ou podem viciar. Mas o que danifica esse órgão, na verdade, é o PROCESSO INFLAMATÓRIO DO PULMÃO, que não melhora sem a medicação regularmente (corticosteroide) .
Os inaladores são a forma mais eficaz de administração dos remédios, pois após a aplicação vão direto para os pulmões e, por isso, pedem doses menores dos princípios ativos, trazendo menos efeitos colaterais. A medicação de alívio das crises é o broncodilatador (salbutamol spray), que deve ser usada em qualquer sintomas ou sinal de alerta de uma crise (tosse que não melhora, falta de ar, aperto no peito, chiado). Nas doses corretas estas medicações são seguras e não prejudicam o coração!
16 - A Asma é emocional (psicológica).
MITO. A predisposição para o seu desenvolvimento é genética e influenciada pela exposição a fatores ambientais: alérgenos e irritantes. Fatores emocionais NÃO causam a doença, mas podem agravar a crise.
17 - Mulher asmática deve evitar engravidar?
MITO. A asma não é empecilho para uma gravidez. Algumas grávidas não sofrem alteração na doença. Outras, pioram, passando a ter mais crises e outras até melhoram da asma. Não se pode prever, com exatidão, quem irá piorar, melhorar ou manter-se inalterado, mas isso não é motivo para se evitar uma gravidez.
A asma, se bem controlada, irá evoluir sem intercorrências durante a gestação. O mais importante é NÃO parar as medicações da asma na gestação.
18 - A grávida não pode usar remédios de asma?
MITO. Não deve existir receio do uso de medicamentos para o tratamento da asma pela gestante. As medicações na grande maioria dos casos são essenciais para permitir que a mãe respire melhor e forneça oxigênio adequadamente ao feto. A falta de ar materna pode ser mais prejudicial ao bebê do que o efeito dos remédios usados para evitar ou controlar a doença.
19 - As vacinas antialérgicas (imunoterapia) podem levar a maior controle da doença?
VERDADE. As vacinas (imunoterapia) juntamente com as medicações de controle da doença (corticoides inalatórios) são ferramentas que trabalham juntas no controle. Imunoterapia é o terceiro pilar do tratamento da alergia, ao lado da medicação e do controle do ambiente.